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Nutrologia e o Hipotireoidismo 

Quando a concentração de hormônios tireoidianos é reduzida no sangue, o corpo funciona mais lentamente, caracterizando o hipotireoidismo. É estimado que 5 milhões de brasileiros tenham a doença (além de tantos outros que ainda não descobriram o quadro). 

O que é e como funciona a tireoide?

A tireoide é uma glândula localizada no pescoço, na parte anterior. Ela produz e secreta os hormônios T3 (Triiodotironina) e T4 (Tiroxina) que servem para regular o metabolismo e distribuir energia para todo o corpo, pois, aumentam o número e tamanho das mitocôndrias, o que disponibiliza mais ATP para as células influenciando diretamente as funções de órgãos como cérebro, coração, rins e fígado. O iodo é um elemento fundamental para o bom funcionamento da tireoide, pois é responsável por sintetizar os hormônios. Caso ocorra alguma desregulação no funcionamento dessa glândula, pode haver a liberação insuficiente dos hormônios (hipotireoidismo), ou em excesso (hipertireoidismo).(Fonte: http://www.endocrino.org.br/)

Tais hormônios atuam no aumento das seguintes ações do organismo:

*Consumo de oxigênio e, consequentemente, da taxa metabólica; *Absorção de glicose, potencializando a ação da insulina; * Eliminação do colesterol; * Força de contração do coração e da frequência cardíaca; * Estímulo da lipólise (eliminação da gordura) e da produção de GH (hormônio do crescimento, em crianças e adolescentes). (Fonte: TIREOIDE Revista Virtual – Dr. Jorge Bastos Garcia) É importante compreender que a secreção dos hormônios representa uma parte do processo de desempenho da tireoide, não abrangendo toda a complexidade do caminho desses hormônios no organismo; pode acontecer, por exemplo, um funcionamento inadequado do fígado, que muitas vezes não está saudável o bastante para converter os hormônios em ativos, de forma que o corpo possa utilizá-los. Em situações de ocorrência de alguma enfermidade relacionada à tireoide – como o hipotireoidismo – a reposição hormonal pode não ser suficiente, caso não haja um acompanhamento integral do organismo do paciente; para isso, é necessário um tratamento que preconize todo o caminho dos hormônios tireoidianos, atentando-se para uma dieta rica em nutrientes que auxiliem em um bom funcionamento da tireoide, como é o caso do selênio (encontrado principalmente na castanha-do-Pará), que atua no fígado. Além disso, um bom tratamento médico deve abarcar o acompanhamento de outros hormônios que afetam as funções da tireoide, como os hormônios de estresse (corticotrofina), inibidores de processos importantes de ativação do T3.

O hipotireoidismo

Quando a concentração de hormônios tireoidianos é reduzida no sangue, o corpo funciona mais lentamente, caracterizando o hipotireoidismo. É estimado que 5 milhões de brasileiros tenham a doença (além de tantos outros que ainda não descobriram o quadro). Alguns sintomas dessa disfunção são: ganho de peso, aumento no colesterol, depressão, intestino preso, desaceleração dos batimentos cardíacos, temperatura corporal abaixo de 36,5 graus Celsius, ressecamento da pele, sensibilidade ao frio, cansaço em excesso, dores musculares, menstruação irregular e queda de cabelo. Entre as principais causas estão a Tireoidite de Hashimoto (inflamação autoimune), a falta de formação da glândula tireoide (ainda na fase embrionária da vida) ou em decorrência de cirurgias de retirada parcial ou total da tireoide. As pessoas que estão mais sujeitas ao hipotireoidismo são mulheres (acima de 40 anos) e homens (acima de 65 anos), pessoas que têm colesterol alto, casos na família de Tireoidite de Hashimoto, portadores de outras doenças autoimunes (lúpus, diabetes tipo I, artrite reumatoide), pessoas com depressão ou síndrome do pânico e pessoas que já tiveram doenças da tireoide anteriormente. Hipo-1 O medicamento mais utilizado para o tratamento do hipotireoidismo é a levotiroxina, administrada diariamente. No entanto, em um estudo feito por Okosieme e seus colaboradores, publicado em 2011, verificou que 37,2% dos pacientes testados não faziam uma reposição correta dos hormônios. Esse quadro ocorre por motivos de dosagem inadequada, baixa adesão ao tratamento ou ainda pelo uso de medicamentos que interferem na ação da levotiroxina. Entretanto, lançando um olhar mais atento à questão, é possível associar o significativo percentual de inadequação dos hormônios a déficits causados por uma alimentação pobre em nutrientes que auxiliariam no tratamento do hipotireoidismo. Um tratamento que prescreva cuidados funcionais voltados ao organismo, como um todo, deve levar em conta a importância da dieta para a saúde, do estilo de vida que o paciente leva e também de outros exames que consigam se atentar para sinais diversos do corpo – de modo a compreender melhor como a disfunção se manifesta e como ela afeta cada indivíduo. O medicamento, quando administrado sozinho, muitas vezes não é capaz de tratar. A chave para o equilíbrio está em uma visão ampliada de saúde.

Como seguir uma alimentação adequada ao tratamento do hipotireoidismo?

É fundamental o cuidado com algumas características pertinentes ao hipotireoidismo quando pensamos em alimentação. É sabido, por exemplo, que o estrogênio (hormônio encontrado tanto nas mulheres quanto nos homens) pode inibir a secreção de hormônios da tireoide; é importante evitar o excesso do estrogênio no organismo, diminuindo o consumo de alimentos como a soja. Substituir o óleo de soja por óleo de coco ou azeite de oliva é uma ótima opção. Açúcar, farináceos em geral e em especial os que contem glúten devem ser seriamente evitados. Alimentos que dificultam a absorção de iodo. Estão associados ao hipotireoidismo, hipertireoidismo, tireoidite de Hashimoto, doença de Graves e câncer da tireoide. O cozimento reduz este efeito e comer uma quantidade moderada não causa problemas se a sua ingestão de iodo for suficiente. Lista destes alimentos: Couve china; Couve de Bruxelas; Couve-flor; Mostarda; Brócolis; Repolho; Rabanetes; Couve nabiça; Nabos; Espinafre; Brotos de bambu; Amendoins; Morangos; Pêssego; Peras; Pinhões; Yuca (mandioca); Batata doce.

O segredo para o tratamento do hipotireoidismo - Muito além da levotiroxina -

Cuidados com a saúde do fígado são indispensáveis, pois ele é responsável por inúmeros processos que afetam a tiroide. Evitar a alta exposição a toxinas (álcool, cafeína, entre outros) é importante; a ingestão de água, limão, chá verde, alho, nozes, entre outros alimentos, auxiliam a limpar o fígado. Também é indicado evitar o consumo de gorduras poliinsaturadas, substituindo por azeite, escolher proteínas de boa qualidade (carne bovina magra, peixe, ovo, quinoa, por exemplo) e equilibrar os níveis glicêmicos. Ou seja, deve evitar o doce e o açúcar, trocando pela ingestão de frutas especialmente boas para o bom funcionamento da tiroide como: Coco, kiwi, abacate, banana e maçã. Gerenciar os níveis de estresse ao longo do dia é importante – sabemos que é impossível eliminar o estresse completamente, afinal ele é um elemento inerente à sobrevivência humana e à sociedade em que vivemos – mas controlar o estresse ajuda a não sobrecarregar o corpo. Isso pode ser feito por meio de planejamentos durante a rotina, de modo a organizar todas as tarefas a serem feitas. A prática de exercícios físicos deve acontecer de maneira equilibrada, sem grandes excessos. Manter o sono em ordem também é uma boa ideia e as atividades de relaxamento e alongamento podem contribuir muito para este fim. Como podemos perceber o segredo para o tratamento do hipotireoidismo está muito além do consumo de medicamentos como a levotiroxina, se amplia para o cuidado integral do corpo e para a atenção aos processos que nos mantêm vivos e saudáveis.

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